O Plano Estratégico Ferroviário (PEF) de Minas Gerais já dá os seus primeiros passos. Após a primeira reunião técnica na última quarta-feira (16/10), foi realizada, na tarde desta quarta-feira (23/10), audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para apresentar a metodologia que será utilizada e o cronograma do PEF.
Promovido pela Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, o encontro contou com a presença da equipe da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), patrocinadora dos estudos que comporão o PEF, e da Fundação Dom Cabral (FDC), contratada para a elaboração dos estudos. Estiveram presentes diversos deputados e especialistas do setor.
O levantamento deve durar 14 meses, com entregas parciais que serão validadas em workshops pela FDC junto à Seinfra a cada etapa. “Este é um dos temas mais importantes no que tange à infraestrutura mineira. Já ressaltei antes a importância do PEF. Não podemos ser tachados de sonhadores. Vamos ter projetos factíveis”, disse o secretário da Infraestrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos.
“Preciso ressaltar, ainda, todo o trabalho que já vinha sendo feito, tanto pela Comissão quanto por outros entes do setor. Se faltava coordenação entre todas as entidades, ela agora está sedimentada. Essa é uma política pública que veio e precisa ficar”, acrescentou Barcelos.
A ideia é que o Plano traga as iniciativas priorizadas e com valores, subsidiando, inclusive, as discussões com a União, a partir dos recursos advindos da renovação antecipada das concessões de malhas que passam por Minas.
O gerente técnico da ANTF, Heider Gomes, apresentou o escopo técnico do trabalho. “Vamos ter um prognóstico até 2035, incluindo a integração do modal ferroviário com outros modos de transporte, com estratégias para aumentar a participação da matriz ferroviária. Estamos muito orgulhosos de participar do projeto”, afirmou.
Já o professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, explicou que a FDC possui um Núcleo de Logística e uma plataforma de infraestrutura de transportes, ambos envolvidos no PEF. “É a mais avançada plataforma de análise de cenários de infraestrutura da América Latina. Teremos condições de separar o que pode ser realidade e o que não para de pé”, ressaltou. Softwares de última geração trazem respostas, por exemplo, sobre a existência ou não de demanda, impactos em empregos, efeitos econômicos e até emissão de gases.
O presidente da comissão, deputado João Leite, tratou o momento como histórico. “E pensar que não existia, no Estado, uma estrutura para tratar apenas de assuntos ferroviários. Nós que somos conhecidos como o estado dos trens”, disse, referindo-se à criação na Seinfra, nesta gestão, da Superintendência de Transporte Ferroviário, dedicada exclusivamente ao assunto. A superintendente Vânia Cardoso também esteve presente na audiência, bem como a subsecretária de Transportes e Mobilidade da Secretaria, Mônica Salles Lanna.
PEF
O Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais será composto por um portfólio de projetos priorizados para a implantação e operação de uma nova estrutura ferroviária em Minas Gerais. Como ponto de partida, será construído um diagnóstico do atual sistema ferroviário mineiro, de forma a serem definidas estratégias e elaborado um plano de investimentos que atenda à demanda do setor e da população mineira.
Fotos: Guilherme Dardanhan / ALMG